quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Salvador

Salvador é, sem dúvida, uma das cidades mais belas do mundo. Por isso, e por outra série de características singulares, tornou-se também um dos principais destinos turísticos internacionais. Famosa pela sua história, pelo legado deixado por povos de outros continentes, pela miscigenação cultural, pelo sincretismo religioso e pelo povo hospitaleiro, a capital baiana é cenário e objeto de estudo de profissionais de diversas áreas, há muitos anos. Atrai ainda visitantes de todos os cantos, que chegam trazidos pela melhor propaganda que já inventaram: a que se difunde experimentalmente, a famosa propaganda “boca a boca”.

No entanto, ainda que o turista seja atraído à capital da alegria da forma mais natural possível, pela própria riqueza que nela está contida, entendemos que a atividade turística é de extrema importância, hoje, para a nossa gente. E, por isso, buscamos cada vez mais qualificar os nossos equipamentos, os nossos serviços, de forma a fazer com que a estadia em Salvador seja, de fato, inesquecível. E que, mais do que encher os olhos que de quem aqui vem, faça com que o turista volte. Sempre.
Arquitetura:A primeira capital do Brasil guarda em seu território muito da arquitetura colonial, abrigando relíquias seculares. Seus museus e palácios de excelência arquitetônica contam como era a vida da suntuosa e imponente Salvador nos tempos de Colônia e Império.
O traço da cidade declara a preocupação dos colonizadores do século XVI em criar
uma cidade com boa estrutura de defesa, de maneira que sua porção litorânea fosse guardada pelos fortes sempre vigilantes a possíveis invasões.


O conjunto arquitetônico do Pelourinho está no mais alto sítio da cidade. Seus mais de mil sobrados, solares, palacetes, igrejas e conventos são voltados para o sul, o que remonta o modelo Ibérico de construções, com grandes salões voltados para o poente e quintais em forma de jardins ao fundo. Nestas construções as pedras de lios compõem as alvenarias e o acabamento, feito em azulejos portugueses.

Do século XVII vieram os registros beneditinos com igrejas de grande porte e riqueza. Adornos em madeira, folheados a ouro e pinturas ao teto finalizam estas construções com um toque do Barroco. Os espaços que melhor caracterizam esse período são a Catedral Basílica, o Convento do São Francisco, a Igreja de N. S. do Carmo, a Casa da Misericórdia e a Igreja da Conceição da Praia.
Um século depois, como reflexo da mudança da capital para o Rio de janeiro, a arquitetura torna-se menos vultuosa, contudo ganha em elegância e graciosidade, o que relembra o rococó Barroco. Neste período foram construídas a Igreja de N. S. da Penha da França, N. S. da Conceição do Boqueirão, N. S. da Saúde e Glória e a famosa Igreja de N.S. do Bonfim.
No século XIX cresce a urbanização da cidade, que ganha os sobrados elevados de até quatro pavimentos. A influên

cia neoclássica é dominante com colunas, baixos relevos de guirlandas e medalhões nas fachadas. São datadas desta época as construções do Mercado Modelo (antiga Alfândega) e da sede da Associação Comercial.
No século passado, rompendo com o modelo de arquitetura antiga - marcante em toda a história da cidade, surge um novo traçado arquitetônico com largas avenidas e vales que incorporam prédios pós-modernos de formas não regulares, nos quais o vidro e o concreto são predominantes e contrastam com cores fortes. São exemplos da recente Salvador o prédio da Casa do Comércio Deraldo Mota, o Centro de Convenções, o Teatro Castro Alves, o Estádio Otávio Mangabeira e os grandes shoppings centers.
Sem esquecer do passado, S
alvador da Bahia entra no século XXI com mais inovações, acompanhando a trajetória mundial. O Plano Inclinado Gonçalves, que liga a cidade alta à cidade baixa, foi revitalizado. O Elevador Lacerda que, além de ter sido restaurado ganhou um posto de atendimento ao turista, conta agora com uma moderna iluminação cênica, capaz de mudar as cores do imponente monumento à medida que o sol se põe. De lá, é possível se obter uma das melhores visões panorâmicas da cidade.
O Aeroporto Internacional
Deputado Luís Eduardo Magalhães também foi contemplado pelas inovações, tornando-se um dos aeroportos de melhor infra-estrutura do país. Com a recente construção do metrô, a cidade consolida a sua vanguarda e escreve um novo capítulo de sua história arquitetônica, lapidada ao longo dos séculos. Na cidade, de traçado singular, convivem em harmonia os antigos casarões e as modernas contruções urbanas

História da cidade: A história da cidade de Salvador inicia-se 48 anos antes de sua fundação oficial com a descoberta da Baía de Todos os Santos, em 1501. A Baía reunia qualidades portuárias e de localização, o que a tornou referência para os navegadores, passando a ser um dos pontos mais conhecidos e visitados do Novo Mundo. Isso fomentou a idéia de construção da cidade. O rei D. João III, então, nomeou o militar e político Thomé de Sousa para ser o Governador-geral do Brasil e fundar, às margens da Baía, a primeira metrópole portuguesa na América.
Em 29 de março de
1549, a armada portuguesa aportava na Vila Velha (hoje Porto da Barra), comandada pelo português Diogo Alvares, o Caramuru. Era fundada oficialmente a cidade de Cidade do São Salvador da Baía de Todos os Santos, que desempenhou um papel estratégico na defesa e expansão do domínio lusitano entre os séculos XVI e XVIII, sendo a capital do Brasil de 1549 a 1763.
O trecho que vai da atual Praça Castro Alves até a Praça Municipal, o plano mais alto do sítio, foi escolhido para a construção da cidade fortaleza. Thomé de Souza chegou com uma tripulação de cerca de mil homens – entre voluntários, marinheiros soldados e sacerdotes, que ajudaram na fundação e povoação de Salvador.
Em 1550, os primeiros e
scravos africanos vieram da Nigéria, Angola, Senegal, Congo, Benin, Etiópia e Moçambique. Com o trabalho deles, a cidade prosperou, principalmente devido a atividade portuária, cultura da cana de açúcar e comercialização o algodão o fumo e gado do Recôncavo.
A riqueza da Capital atraiu a atenção de estrangeiros, que promoveram expedições para conquistá-la. Durante 11 meses, de maio de 1624 ao mês de abril de 1625, Salvador ficou sob ocupação holandesa. Em 1638, mais uma tentativa de invasão da Holanda, d
esta vez com o Conde Maurício de Nassau que não obteve êxito.
A cidade foi escolhida como refúgio pela
família real portuguesa ao fugir das investidas de Napoleão na Europa, em 1808. Nessa ocasião, o príncipe regente D. João abriu os portos às nações amigas e fundou a escola médico-cirúrgica, primeira faculdade de medicina do País.
Em 1823, mesmo um
ano depois da proclamação da Independência do Brasil, a Bahia continuou ocupada pelas tropas portuguesas do Brigadeiro Madeira de Mello. No dia 2 de julho do mesmo ano, Salvador foi palco de um dos mais importantes acontecimentos históricos para o estado e que consolidou a total independência do Brasil. A data passou a ser referência cívica dos baianos, comemorada anualmente com intensa participação popular.
Dos planos iniciais de D. João III, expressos na ordem de aqui ser construída "A fortaleza e povoação grande e forte", o compromisso foi cumprido por Thomé de Souza e continuado pelos que os sucedem. São filhos de Catarina e Caramuru, que se misturaram com os negros da mãe África e legaram à Salvador a força de suas raças criando um povo “gigante pela própria natureza”.

Geografia e clima: A formação geográfica da cidade, de forma triangular e cercada pelo mar em 3 lados, concede condições privilegiadas para se aproveitar o sol (média de 2.220 horas de exposição anual ao sol) enquanto uma suave brisa sopra constantemente, tornando o clima muito agradável.

Coordenadas:

Latitude Sul: 8°30 a 18°30
Longitude Oeste: 37°30 a 46°30 Ecologia

*Salvador é uma cidade de clima quente e úmido, tipicamente tropical - localizada entre o Trópico de Capricórnio e a Linha do Equador, ensolarada, com uma temperatura média de 25º C (76º F) que pouco varia durante o ano.
Horas de Sol*

Janeiro 246,4
Fevereiro 224,0

Março 230,0
Abril 189,0
Maio 172,6
Junho 167,2
Julho 185,5

Agosto 204,3
Setembro 211,0
Outubro 228,4
Novembro 213,9
Dezembro 223,6

Com 2465,9 horas anuais de sol e dias claro em todas as estações do ano, Salvador está entre as cidades mais ensolaradas do mundo.
* Média dos últimos 30 an
os

Temperatura em °C* max. méd. mín

Janeiro - 30,0 26,5 23,8
Fevereiro - 30,0 26,6 23,9
Março - 29,9 26,7 24,0
Abril - 28,8 26,1 23,7
Maio - 27,7 25,1 22,9
Junho - 26,8 24,3 22,1

Julho - 26,2 23,6 21,4
Agosto - 26,4 24,6 21,3
Setembro - 27,2 24,3 21,8
Outubro - 28,2 25,0 22,5
Novembro - 28,9 25,6 22,9
Dezembro - 29,4 26,0 23,3

-Com uma temperatura média anual de 25.5°C, Salvador apresenta pequenas varições térmicas e conta com uma brisa refrescante constante que vem do mar.

Cultura: A culinária, artesanato, manifestações populares e religiosas, arquitetura e memória. Somados, estes elementos constituem o legado de um povo: a sua cultura. Porém, tratando-se de Salvador, o conceito de cultura extrapola o limite de qualquer definição e compreende um universo inesgotável de riquezas, do qual o maior tesouro é mesmo o seu povo.
A mistura de credos, lendas, cores e raças, resultado da comunhão entre o indígena, o europeu e o africano, foi inc
orporada por Salvador e pode ser apreciada através de suas manifestações culturais cultivadas durante o ano inteiro. A capoeira, o candomblé, o maculelê e o Carnaval são algumas destas representações populares. Desde sua arquitetura secular, passando pela diversidade rítmica, até a sua literatura: tudo em Salvador da Bahia é único.
A magia desta cidade, qu
e tanto encanta e seduz, é misteriosa como o namoro da lua como o mar, bela como o por do Sol do Humaitá, multidimensional como a cidade vista do alto do Elevador Lacerda, colorida como o Pelourinho, forte como a fé da população, frenética como o requebrado deste povo atrás do trio elétrico, preciosa como a sua arquitetura, gostosa como a sua culinária e incessante como o subir e descer das ladeiras. A forma como as pessoas interagem com todos estes ícones é o que faz da cultura de Salvador algo especial e diferenciado.
Do axé ao bolero, do reggae ao clássico. Salvador é um caldeirão musical, que ferve ao som de todos os ritmos. Dança ao som de todas as músicas. Cintila sobre todas as cores de todos os corpos de tanta gente. Salvador é fé. A mesma fé que move os que acreditam do candomblé ao espiritismo. Salvador tem espaço para todos os credos. Tem espaço para todas as tribos, para todos os gostos e todas as necessidades. A noite ferve para os jovens, os bares da orla divertem a boemia. Há lugar para gente de todas as idades. De todas as línguas. Salvador é singular porque é plural.
Emoções, sensações e imagens inesquecíveis são registradas para sempre na memória de quem conhece a cidade. Desta forma, dentro de cada visitante, há um pedacinho de Salvador em todos os cantos do planeta. E quem leva Salvador no coração, para onde vai, tem necessidade de voltar um dia. A Salvador guardada no coração de tanta gente e a Salvador, capital da Bahia e coração do Brasil são a mesma cidade. Mas só quem toca os pés deste solo sagrado consegue se sentir verdadeiramente completo.

Museus: Os museus são, fundamentalmente, instituições sem fins lucrativos; espaços construídos para servir à sociedade, preservando e expondo alguns de seus bens culturais (recursos naturais, criações artísticas, científicas e tecnológicas). Servem para promover cursos, debates, palestras, exposições e gincanas, dentre outros eventos. Um espaço para aproximar as pessoas; para promover não só educação mas também lazer.
Na Grécia Antiga havia o museion, que era justamente o lugar onde se "guardavam os conhecimentos da humanidade". Desta fonte de saber, considerada templo e dedicada às musas, os gregos tiravam o conhecimento necessário para continuar melhorando cada vez mais a sua qualidade de vida.
Existem hoje em Salvador cerca de 50 museus, dos quais 25 estão funcionando. O passado artístico, cultural e social de Salvador está preservado neles. Do Museu de Arte da Bahia (MAB), o mais antigo do estado, ao caçula Museu Náutico, a primeira capital do país guarda histórias inusitadas. Todos os museus baianos propõem uma viagem incomum. As coleções possuem um valor simbólico tão grande que, na maioria dos casos, é muito difícil converter em cifras.
Ainda assim, a importância dos museus de Salvador tem despertado o interesse de especialistas nacionais e estrangeiros. Neles, encontramos um valioso acervo da arte religiosa e decorativa dos antigos solares
e objetos pertencentes a antigas famílias e personalidades baianas. Visitas são indispensáveis aos Museus de Arte Sacra e Abelardo Rodrigues. Ambos possuem as maiores coleções de arte sacra do país. Além disso não se pode deixar de conhecer o Museu de Arte da Bahia, o Costa Pinto e o Abelardo Rodrigues.
O Museu de Arte da BahiaMuseu Carlos Costa Pinto abriga o acervo particular do colecionador e entre as peças estão obras de arte, objetos de cristais, mobiliário dos séculos XVIII e XIX, tapeçaria, peças sacras e porcelanas chinesas. As jóias de ouro e a coleção de 27 balangandãs de prata são as peças mais preciosas d
e todo o acervo.
Destaca-se ainda o Mu
seu da Cidade, em que está preservada a Salvador de tempos antigos e encontram-se objetos temáticos de personalidades baianas como as bonecas de pano, orixás, ex-votos e imagens sacras. Nele também existe uma pinacoteca. Temos também a Fundação Casa de Jorge Amado com fotos, objetos e a história do autor de famosos romances que falam da Velha Bahia como Gabriela - Cravo e Canela, Dona Flor e Seus Dois Maridos, O País do Carnaval e Tieta do Agreste.
Algumas igrejas e mosteiros também abrigam museus como o do Carmo da Misericórdia e de São Bento. Surgiram ainda, com a revitalização dos fortes, o Museu Náutico, no Forte de Santo Antônio da Barra (Farol da Barra) e o Museu da Comunicação, no Forte de São Diogo.
Outros importantes museus espalhados pela capital baiana são: do Cacau, Geológico do Estado, Tempostal, Solar do Ferrão, de Arte Antiga e Popular Henriqueta M. Catharino, Eugênio Teixeira Leal e das Portas do Car
mo.
Diferente do que muitos
podem pensar, estes conjuntos históricos possuem ambientes limpos e confortáveis. Há guias ou monitores muito bem informados, folders com reproduções de peças do acervo à disposição do público e, em alguns, até lanchonetes e casas de chá. As visitas não custam mais que R$ 5 para quem não é estudante. Alguns, inclusive, nem cobram taxa de acesso.

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